quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

O PALCO SEM CENÁRIO, AINDA



Num almoço-tipo, destes de filé ao molho de ervas e carpaccio de haddock com alcaparras, banqueiros em SP ontem não ousavam desenhar o cenário futuro do Brasil, nem ao menos “ensaiar uma previsão sobre o tamanho da contaminação da paralisia da Petrobrás sobre a economia brasileira”, segundo a Sonia Racy. Bico calado, que em boca fechada não entra mosca.

Enquanto as ações ordinárias faziam barulho ao cair com estrondo para a casa dos R$ 9,60, a companhia avaliava que o Caixa que ela pretende recuperar não resolve o caixa que a turma esvaziou nestes anos todos. Dinheiro que evaporou no ar, sumiu, ninguém dirá onde está.

O Ministério Público denuncia 36 agentes do cast secundário, declara a Petrobrás como vítima – mas isso é aqui, nos Estados Unidos ela é a ré, porque a companhia não tem direito a errar (André Almeida, advogado do Wolf Popper) – e foca a denúncia em duas das refinarias em obras (a de Pernambuco e a Comperj), mais as refinarias em operação, e esquece ou deixa para depois as duas refinarias Premium (MA e CE), onde uma simples terraplenagem já comeu um bilhão de reais.

Os empreiteiros (inidôneos?) entendem que os atores principais dos crimes estão em liberdade, e os coadjuvantes é que estão presos, mas começam a se preocupar muito com a justiça americana, e com a repercussão de seus atos junto aos financiadores das obras. Se forem condenados lá, o mundo se fecha para eles, e o Brasil não está lá pra que se diga.

Na platitude do PT, nova arenga do Lula diz que o partido inventou a delação premiada, que o velho PT é que era bom, e que tudo isso que fazem com seu partido é – o termo é meu – uma grossa sacanagem.

Em tempo: para não dizer que não falei de flores, o Renan Calheiros, nem um pouco preocupado com a austeridade que a Dilma quer mas não conseguirá imprimir à sua nova administração, anuncia que sua fatura precisa ser paga, e quer dois ministérios ricos para suas políticas pessoais. Energia, Transportes, Cidades, Integração, essas quireras.

A contenção de despesas do Levy? Não é problema dele...



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