O PALCO SEM CENÁRIO, AINDA
Num almoço-tipo, destes de filé ao molho de ervas e carpaccio de haddock
com alcaparras, banqueiros em SP ontem não ousavam desenhar o cenário futuro do
Brasil, nem ao menos “ensaiar uma previsão sobre o tamanho da contaminação da
paralisia da Petrobrás sobre a economia brasileira”, segundo a Sonia Racy. Bico
calado, que em boca fechada não entra mosca.
Enquanto as ações ordinárias faziam barulho ao cair com
estrondo para a casa dos R$ 9,60, a companhia avaliava que o Caixa que ela
pretende recuperar não resolve o caixa que a turma esvaziou nestes anos todos.
Dinheiro que evaporou no ar, sumiu, ninguém dirá onde está.
O Ministério Público denuncia 36 agentes do cast secundário,
declara a Petrobrás como vítima – mas isso é aqui, nos Estados Unidos ela é a
ré, porque a companhia não tem direito a errar (André Almeida, advogado do Wolf
Popper) – e foca a denúncia em duas das refinarias em obras (a de Pernambuco e
a Comperj), mais as refinarias em operação, e esquece ou deixa para depois as
duas refinarias Premium (MA e CE), onde uma simples terraplenagem já comeu um
bilhão de reais.
Os empreiteiros (inidôneos?) entendem que os atores
principais dos crimes estão em liberdade, e os coadjuvantes é que estão presos,
mas começam a se preocupar muito com a justiça americana, e com a repercussão
de seus atos junto aos financiadores das obras. Se forem condenados lá, o mundo
se fecha para eles, e o Brasil não está lá pra que se diga.
Na platitude do PT, nova arenga do Lula diz que o partido
inventou a delação premiada, que o velho PT é que era bom, e que tudo isso que
fazem com seu partido é – o termo é meu – uma grossa sacanagem.
Em tempo: para não dizer que não falei de flores, o Renan
Calheiros, nem um pouco preocupado com a austeridade que a Dilma quer mas não
conseguirá imprimir à sua nova administração, anuncia que sua fatura precisa
ser paga, e quer dois ministérios ricos para suas políticas pessoais. Energia,
Transportes, Cidades, Integração, essas quireras.
A contenção de despesas do Levy? Não é problema dele...
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