COMO ARROMBAR UM
COFRE SEM EXPLOSIVOS
A Petrobrás está certíssima:
Paulinho é quem arrombou o cofre e sacou US$ 16,4 bilhões. Ele alterou as
estratégias de contratação (antecipação de compras e mudanças de projeto) que
geraram grande número de aditamentos contratuais – pelo menos 140 aditivos -
que levaram a companhia a desembolsar mais de US$ 16 bilhões para pagamento de
obras e serviços. Deste total, cerca de US$ 3 bilhões foram pagos em 2008.
Como Paulinho entregou essa
dinheirama aos Poderosos Chefões, reunidos nos
plenários do Congresso Nacional, é problema dele. Foi o equivalente a algumas dezenas de milhões de cédulas de US$ 100. O certo é que o Gabrielli
presidente e o Almir Barbassa diretor financeiro, fizeram cara de paisagem e
pagaram tudo aos empreiteiros sem questionar. Dos empreiteiros aos Poderosos
Chefões nos plenários dos Três Poderes, era só transferir pelos bancos.
A inspetoria interna, que responde
diretamente ao Conselho de Administração e inspeciona inclusive os atos da
diretoria, não parece ter reagido ao buraco que se fez no cofre. Vai ver, já
era rotina...
Era época do governo Lula,
que tinha acertado de boca com Chavez uma repartição de custos na refinaria
Abreu e Lima, principal chave para o cofre da Petrobrás. Gabrielli e Barbassa
assinavam os cheques, Dilma presidia o Conselho de Administração, Graça era
apenas diretora de Gás. As primeiras informações sobre o pré-sal, ainda em
caráter sigiloso, já circulavam pelos corredores do Planalto, e as grandes
necessidades financeiras para sua implementação começavam a encher as planilhas
Excel dos planejadores estratégicos.
Conselheiros da empresa,
presididos pela Dilma, teriam sugerido à diretoria realizar uma baixa contábil
de US$ 3,2 bilhões, em cima desses expedientes construídos ou orientados pelo
Paulinho, mas Gabrielli e a diretoria não aceitaram a orientação, que
resultaria em reconhecimento de prejuízo que devia ser comunicado aos
acionistas e terceiros investidores.
Este comunicado seria
altamente inconveniente, às vésperas do anúncio do pré-sal e da necessidade de
capitalização da empresa, que seria anunciada ainda no governo Lula terminado
em 2010.
(19
jan 2015)
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