quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

NEM PRIVATIZAR NEM ESTATIZAR



As alternativas de privatização ou estatização da Petrobrás vão de encontro, em qualquer caso, à dimensão financeira da opção. Tanto num como noutro caso, a alternativa é completamente irrealista, e justifica-se fazer cálculos.

Atualmente, a União detém 3,74 bilhões de ações da empresa, e o BNDES outras 0,74 bilhões de ações, todas elas ordinárias. Privatizar a Petrobrás significaria oferecer estas ações ao mercado, digamos a R$ 15.00 cada uma, importando numa oferta de 67 bilhões de reais, ou mais de US$ 25 bilhões.

Qualquer diferença de um real no preço de venda significa mais ou menos 4,5 bilhões de reais.

De acordo com a lei brasileira, ainda caberia à União deter uma ação Golden Share (*) onde o poder de veto não se limitaria aos termos atuais dessa legislação, porque a empresa tem grande importância estratégica para a economia e segurança nacionais. 

Olhe pelo outro lado: estatizar a Petrobrás, pelos mesmos R$ 15,00 por ação. Neste caso a empresa deixa de ser listada e cotada em bolsa, aqui e no exterior Nesse caso estaremos falando de 8,5 bilhões de ações, ou 130 bilhões de reais, ou ainda algo em torno dos 55 bilhões de dólares.

Qualquer diferença de um real no preço de compra significa mais ou menos 8,5 bilhões de reais.

Como a União não tem esses recursos em nenhuma das suas dotações orçamentárias, a alternativa mais interessante seria pagar a compra das ações com títulos da dívida, com prazos diluídos no tempo.

(*)   1) Parcela do capital de uma companhia, em fase de alienação de controle ou privatização, que permanecerá em poder do antigo controlador, para eventual negociação futura
         2) Quantidade de ações que permanecem como propriedade do governo, que lhe permitem votar matérias de interesse estratégico. Nesses casos, têm poder de veto, independentemente da quantidade de ações em seu poder. (da EnFIN - Enciclopédia de Finanças, em www.enfin.com.br)

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