LEI É LEI
Surpreso? A Petrobrás é a principal vítima dos seus
conselheiros e diretores, e cabe a ela processá-los sobre os assaltos ao Caixa
da empresa nos últimos 12 anos.
Se a Petrobrás se recusar a processá-los, será preciso que
se reúnam pelo menos 5% dos acionistas minoritários para substituí-la. Se eles
forem bem sucedidos em sua ação na Justiça, os conselheiros e diretores
indenizarão a Petrobrás, cabendo aos investidores 5% do total indenizado.
Os investidores estão sendo orientados a acionar a União, na
sua qualidade de controladora do capital da empresa. E, pela União, responde –
indelegavelmente – o presidente da República, no caso Lula e Dilma.
Os advogados, por enquanto, não saíram da perplexidade ao
examinar o caso dos mais de 300 mil cotistas dos fundos FMP-Petrobrás, que
investiram recursos extraídos do FGTS. Como eles são cotistas de fundos, não
são vistos como acionistas – estes seriam os fundos.
Apenas esses fundos (entre
os quais os fundos do Banco do Brasil e da Caia Econômica) poderiam processar os
diretores e conselheiros, cabendo-lhes os mesmos direitos do minoritários, ou
seja, 5% do valor de indenização.
Já nos Estados Unidos, os investidores investem contra a
empresa (“investidores investem” foi proposital). E querem o seu capital de
volta. Como a lei difere da nossa, tem gente que comprou ADRs depois da crise,
o que é comum por lá, porque esse investidor participa, em comunhão com os
demais, da indenização reclamada da companhia.
Enquanto isso, editoriais discutem a liberdade que as
estatais têm para contratar, ao arrepio da legislação que estabelece os
controles internos dos órgãos de governo. Estas “rédeas soltas” respondem pelo
descalabro que atingiu a Petrobrás, e podem responder por outros descalabros,
dos quais o da Eletrobrás já está, digamos, encaminhado.
O assunto é classificado como “um vespeiro na administração
pública”.
Mas, são essas “rédeas soltas” que permitem às estatais atraírem investidores – pelo menos nas empresas listadas em bolsa de valores. Com rédeas presas, como especular com elas?
Pois eu sugiro que perguntem aos investidores: alguém quer
uma ação de empresa que se submete na íntegra aos sistemas governamentais de
licitação, controle e operação?
Alguém quer ser sócio de um governo – qualquer governo?
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