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COMO É CARO E RUIM
AUMENTAR A SELIC!
(Com Uriel de Magalhães)
O presidente do Banco Central e seus
companheiros de COPOM aumentaram a taxa de juros primária (SELIC) para
12,75%. Com isso mantém a sequência de elevações dessa taxa, iniciada há exatos
dois anos, quando desistiram de mantê-la em 7,25%.
Com o aumento, a taxa
cresceu em 75,86% em relação àquela de março de 2013. O custo da dívida pública
brasileira cresce em mais de 11 bilhões de reais.
Os indicadores econômicos e
financeiros que justificam esta progressão de aumentos refletem a queda na
qualidade da administração Dilma, queda esta que aumentou de intensidade nos
últimos meses. E ainda não consegue refletir qualquer resultado animador em
relação às medidas de ajuste fiscal que o ministro Joaquim Levy pretende
executar, e contra as quais conta – até agora – com extrema má vontade do
Congresso Nacional e com a inação da presidente, que hesita entre aplicá-las
com rigor e tentar manter alguns mantras de seu governo anterior.
Sinais exteriores de vontade política
para arrumar a casa em seu segundo mandato, Dilma ainda não deu. Não há
iniciativas concretas para reduzir os elevadíssimos custos de governo. O refugo
do Congresso em aceitar a entrega contra protocolo da Medida Provisória 669, um
remendo de medidas com enxertos do tipo extinção de desoneração das
empresas, sem qualquer pre-negociação que buscasse amainar o caminho para sua
aprovação, foram desastrosos para ela. Remendar as coisas transformando-a em
projeto de lei pouco acrescenta, por enquanto.
A Petrobrás surge como um
complicador de peso na expectativa dos analistas. Com sua capacidade de
financiar-se extremamente limitada em 2015, forçada a desvencilhar-se de ativos
que pesam no balanço, hesitante em encontrar caminhos para safar-se da enrascada
em que se meteu, a companhia ainda tem contra si a Justiça dos Estados Unidos,
que deve tornar-se um evento muito desagradável nos próximos dias.
O que o futuro nos reserva?
Já é voz corrente uma expectativa de
taxa SELIC para dezembro na faixa de 14%, maior do que as projeções dos
economistas “oficiais”. Projeções menores ficam adiadas para 2016 ou anos à
frente. Alguns analistas enxergam o cenário ainda mais caótico, dada a falta de
qualidade do governo Dilma, e o precipitar de acontecimentos que fogem do
controle, cada vez mais evidentes. Nesses casos, o juro básico pode chegar a
15% a 17% no final do ano, com o PIB em queda vertical para até (- 3%) a (-5%)
em dezembro, inflação batendo no teto dos 12% e dólar rondando a casa dos R$
3,30, com picos de difícil controle.
Grande parte disso deve-se, claro, à
expectativa de fracasso nos principais ajustes da política fiscal,
especialmente pelas condições políticas de apoio ao governo, até agora
irrisórias.
Já aconteceu antes?
Pode acontecer de novo.
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