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INTELECTUAIS VÊEM GOLPE,
MAS É APENAS UM PROBLEMÃO
Intelectuais - com viés
petista? - denunciam um golpe para destruir a Petrobrás, com reflexos imediatos
em uma imensa rede de fornecedores que pode gerar um desemprego de até meio
milhão de trabalhadores. Situação que não impede que a empresa continue
operando com sucesso na extração de petróleo e tenha destaque entre as
petroleiras de todo o mundo.
Sequer imaginar que o
MP ou o juiz Sergio Moro sejam os vetores de um golpe. O manifesto depõe contra esses intelectuais. O
perigo existe, é necessário encontrar uma solução para a continuidade das
operações da Petrobrás. O caixa debilitado da companhia é apenas um dos
problemas. Há uma quebra de confiança no relacionamento com uma penca desses
fornecedores, onde os administradores da companhia se misturam aos executivos das
empreiteiras nas operações de doze anos de assaltos, devidamente instrumentadas por pessoal
interno e doleiros contratados.
O Ministério Público
precisa empilhar, nas denúncias que oferecer, conjuntos de CNPJs e de CPFs. As
pessoas são apontadas como culpadas pelos atos criminosos, mas as empresas
também, porque, afinal de contas, os delitos financeiros foram perpetrados em
seus nomes.
Os crimes são
financeiros, e a reposição do roubado atenua em grande parte as suas
consequências. Resta apenas a relação de confiança entre contratante e
contratado dos serviços que as empreiteiras prestam à Petrobrás.
Carimbá-las como
inidôneas - uma exigência legal - é um fato que precisa ser contornado, porque
a alternativa é acolher empreiteiras de outros países, sendo certo que as
nossas, inidoneidade à parte, são empresas com elevada capacidade operacional,
extremamente aptas a construir grandes obras, reconhecidas em todo o cenário mundial.
A empreiteira estrangeira não é solução para o país.
Resta o aspecto
político. Novamente, golpe? Uma oposição tramando o impedimento da presidente
Dilma? Os intelectuais se precipitam nesse julgamento. Dentro de mais alguns
dias, o procurador geral da República se pronuncia sobre o relacionamento
desses quadrilheiros já identificados com os Poderosos Chefões, os políticos
que receberam o dinheiro grosso desse assalto à Petrobrás. Um festival de
artimanhas vai orientar as negativas e contestações dessa gente. Eles vão bagunçar o cenário.
Até lá, golpe não há. Depois,
os intelectuais não perdem por esperar.
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