sábado, 21 de fevereiro de 2015



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INTELECTUAIS VÊEM GOLPE, 

MAS É APENAS UM PROBLEMÃO


 Intelectuais - com viés petista? - denunciam um golpe para destruir a Petrobrás, com reflexos imediatos em uma imensa rede de fornecedores que pode gerar um desemprego de até meio milhão de trabalhadores. Situação que não impede que a empresa continue operando com sucesso na extração de petróleo e tenha destaque entre as petroleiras de todo o mundo.


Sequer imaginar que o MP ou o juiz Sergio Moro sejam os vetores de um golpe. O manifesto depõe contra esses intelectuais. O perigo existe, é necessário encontrar uma solução para a continuidade das operações da Petrobrás. O caixa debilitado da companhia é apenas um dos problemas. Há uma quebra de confiança no relacionamento com uma penca desses fornecedores, onde os administradores da companhia se misturam aos executivos das empreiteiras nas operações de doze anos de assaltos, devidamente instrumentadas por pessoal interno e doleiros contratados.
O Ministério Público precisa empilhar, nas denúncias que oferecer, conjuntos de CNPJs e de CPFs. As pessoas são apontadas como culpadas pelos atos criminosos, mas as empresas também, porque, afinal de contas, os delitos financeiros foram perpetrados em seus nomes.
Os crimes são financeiros, e a reposição do roubado atenua em grande parte as suas consequências. Resta apenas a relação de confiança entre contratante e contratado dos serviços que as empreiteiras prestam à Petrobrás.
Carimbá-las como inidôneas - uma exigência legal - é um fato que precisa ser contornado, porque a alternativa é acolher empreiteiras de outros países, sendo certo que as nossas, inidoneidade à parte, são empresas com elevada capacidade operacional, extremamente aptas a construir grandes obras, reconhecidas em todo o cenário mundial. A empreiteira estrangeira não é solução para o país.
Resta o aspecto político. Novamente, golpe? Uma oposição tramando o impedimento da presidente Dilma? Os intelectuais se precipitam nesse julgamento. Dentro de mais alguns dias, o procurador geral da República se pronuncia sobre o relacionamento desses quadrilheiros já identificados com os Poderosos Chefões, os políticos que receberam o dinheiro grosso desse assalto à Petrobrás. Um festival de artimanhas vai orientar as negativas e contestações dessa gente. Eles vão bagunçar o cenário.
Até lá, golpe não há. Depois, os intelectuais não perdem por esperar.


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