terça-feira, 24 de fevereiro de 2015




PETROBRÁS: O QUE ERA 

É DIFERENTE DO QUE 

SE PENSA QUE ERA 

A Petrobrás, nos idos do começo do século, era uma empresa muiiiito menor do que a atual Petrobrás, que ganhou essa dimensão no governo do Lula, em grande parte devido à extraordinária capitalização de 2010, para atender às necessidades de investimento para exploração nas águas profundas internacionais onde ela encontrou jazidas de petróleo debaixo de camadas de sal.
Presidida por Francisco Gross, que substituía a Henri Philippe Reichstul e que foi substituído por José Eduardo Dutra, a companhia teve dois anos difíceis em 2001 e, especialmente, em 2002, quando ela praticamente destruiu capital, segundo estudos de analistas da época.
Os estímulos para compra e venda de ações eram totalmente diferentes do que surgiu depois de 2008, quando os traders, valendo-se de inovações tecnológicas, passaram a utilizar as ações da companhia em operações intradia, por causa de sua importância na formação do Índice Bovespa, já que estava entre as empresas mais líquidas e de maior negociação no mercado da Bolsa.
Quando se pretende, hoje em dia, lançar parte da culpa pelo rombo no Caixa à administração da Petrobrás de 14 anos atrás, quer-se aproveitar da dimensão da empresa atual para fazer o ouvinte inocente crer que a Petrobrás sempre teve este tamanho, e esta dimensão.
Nada mais longe da verdade. Quem a fez crescer foi a capitalização de quase US$ 80 bilhões no final do governo do Lula. E é daí que sai o fantástico prejuízo de US$ 200 bilhões, que se anuncia nos jornais. O grosso desse prejuízo é desvalorização em Bolsa. O que se destruiu mais foi a expectativa de crescimento, a antecipação do sucesso do pré-sal.
A variação no valor dos ativos da empresa só não é verdadeira porque seus administradores capricharam no desvio de dinheiro através de falsificações no faturamento e nos contratos de obras. A própria diretoria declarou desconhecer o valor da diferença,estimando-o em torno dos 62 bilhões. Ainda assim, os ativos da Petrobrás rondam os 800 bilhões de reais, contra 360 bilhões de patrimônio líquido registrado.

Querer que o distinto público reconheça esses fatos como reais, porém, é pedir muito a quem perdeu toda referência de valor. E disso se valem os discursos de quem quer livrar a cara dos amigos e parceiros, que dilapidaram o patrimônio para bancar campanhas eleitorais - e enriquecer muito, evidentemente...

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