PETROBRÁS: O QUE ERA
É DIFERENTE DO QUE
SE PENSA QUE ERA
A Petrobrás, nos idos
do começo do século, era uma empresa muiiiito menor do que a atual Petrobrás,
que ganhou essa dimensão no governo do Lula, em grande parte devido à
extraordinária capitalização de 2010, para atender às necessidades de
investimento para exploração nas águas profundas internacionais onde ela encontrou jazidas de petróleo
debaixo de camadas de sal.
Presidida por Francisco
Gross, que substituía a Henri Philippe Reichstul e que foi substituído por José
Eduardo Dutra, a companhia teve dois anos difíceis em 2001 e, especialmente, em
2002, quando ela praticamente destruiu capital, segundo estudos de analistas da
época.
Os estímulos para
compra e venda de ações eram totalmente diferentes do que surgiu depois de
2008, quando os traders, valendo-se de inovações tecnológicas, passaram a
utilizar as ações da companhia em operações intradia, por causa de sua
importância na formação do Índice Bovespa, já que estava entre as empresas mais
líquidas e de maior negociação no mercado da Bolsa.
Quando se pretende,
hoje em dia, lançar parte da culpa pelo rombo no Caixa à administração da
Petrobrás de 14 anos atrás, quer-se aproveitar da dimensão da empresa atual
para fazer o ouvinte inocente crer que a Petrobrás sempre teve este tamanho, e
esta dimensão.
Nada mais longe da
verdade. Quem a fez crescer foi a capitalização de quase US$ 80 bilhões no
final do governo do Lula. E é daí que sai o fantástico prejuízo de US$ 200
bilhões, que se anuncia nos jornais. O grosso desse prejuízo é desvalorização
em Bolsa. O que se destruiu mais foi a expectativa de crescimento, a antecipação do
sucesso do pré-sal.
A variação no valor dos
ativos da empresa só não é verdadeira porque seus administradores capricharam
no desvio de dinheiro através de falsificações no faturamento e nos contratos
de obras. A própria diretoria declarou desconhecer o valor da diferença,estimando-o em torno dos 62 bilhões. Ainda assim, os ativos da Petrobrás rondam os 800 bilhões de reais, contra 360 bilhões de patrimônio líquido registrado.
Querer que o distinto
público reconheça esses fatos como reais, porém, é pedir muito a quem perdeu
toda referência de valor. E disso se valem os discursos de quem quer livrar a cara dos amigos e parceiros, que dilapidaram o patrimônio para bancar campanhas eleitorais - e enriquecer muito, evidentemente...
Nenhum comentário:
Postar um comentário