PETROBRÁS DEVIA TER AS AÇÕES
RETIRADAS DO PREGÃO DAS BOLSAS
Os milhões de pessoas e empresas, em todo o mundo, que possuem
ações da Petrobrás diretamente ou através de fundos de investimento, não estão
vendo apenas seu patrimônio ser destroçado diariamente nos pregões das bolsas
de valores de São Paulo e de Nova York.
Estão vendo que essa destruição nada tem a ver com a operação
diária da companhia, e muito pouco com seus objetivos empresariais. Ela é fruto
da incompetência do seu principal acionista, a União federal do Brasil, em
administrar uma situação que se alastra há meses, e que resulta, para os
acionistas, em ter os valores de seu patrimônio submetidos a uma verdadeira
gangorra de cotações, por causa da presença de insiders e especuladores que transformaram o registro de seus
preços numa verdadeira curva de eletrocardiograma.
Em 84 pregões de bolsa no Brasil, as variações de +5% ou (-5%) ocorreram em pelo menos metade das sessões, esvaziando o valor do patrimônio de milhões de pessoas.
As causas?
Não, não se trata do preço internacional do petróleo, do fato de os preços de derivados brasileiros estarem na contramão do mercado internacional. Não se trata mais apenas do assalto aos cofres da companhia onde os verdadeiros chefes de quadrilha têm assento nos plenários do Congresso.
Não, não se trata do preço internacional do petróleo, do fato de os preços de derivados brasileiros estarem na contramão do mercado internacional. Não se trata mais apenas do assalto aos cofres da companhia onde os verdadeiros chefes de quadrilha têm assento nos plenários do Congresso.
Trata-se da ruína que assola o comportamento da pessoa responsável
pelo controle acionário da empresa. Quais as cargas d’água que a fazem proceder
desta forma, trazendo hoje para a presidência desta conturbada empresa um bancário
público?
NÃO PODE MAS DEVE
De Ary Oswaldo Mattos Filho, fundador da FGV Direito e
advogado conhecidíssimo no mercado financeiro:
“Não se
pode tratar empresa de economia mista como se fosse estatal”.
O diabo é que não pode, mas deve.
A lei brasileira impõe ao dirigente de empresa estatal que
oriente seu mandato para atender aos interesses do país. O investidor em ações dessas empresas
deve ter presente que seu desempenho sempre pode ser influenciado por atos da
federação.
Genericamente, a pessoa pode fazer de tudo,
exceto o que a lei proíbe
|
“Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude de lei”;
|
Na administração pública, a pessoa só pode fazer
o que a lei autoriza expressamente. Se não houver previsão legal, nada pode
ser feito
|
“A administração pública direta e indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade.”
|
Este conflito de
interesses devia ser suficiente para a União não ter participação acionária em
empresas listadas em bolsas de valores, porque estas particularidades da empresa estatal evidenciam que seu desempenho é
orientado pela supremacia do interesse público sobre o privado, e seus
administradores não a chefiam segundo os melhores princípios de administração,
mas segundo a letra da lei.
E o conflito chega ao seu
paroxismo máximo, através da Petrobrás: cai a diretoria antiga, o novo presidente
é muito mal recebido pelo mercado, o juiz da Corte de Nova York inicia a
apreciação da ação coletiva de acionistas contra os administradores, que corre
nos Estados Unidos, há um balanço para inglês ver e auditor recusar rodando
pelas mesas da diretoria, e os problemas operacionais começam a ficar
inadministráveis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário