QUE TAL PRIVATIZAR (OU ESTATIZAR) A PETROBRÁS?
Para que todos os
interessados possam se divertir um pouco, fazendo cálculos sobre a viabilidade
de privatizar – ou estatizar – a empresa Petrobrás, eis alguns dados
atualizados da companhia, disponibilizados no site da BM&FBovespa, com data
de atualização de 6 de fevereiro de 2015.
Neste material não se leva
em conta qualquer posição política, qualquer vantagem (desvantagem)
estratégica, qualquer avaliação de oportunidade, qualquer discussão de ordem
legal.
Aqui estão apenas os
números e as normas padrão para privatizar (lançamento) ou estatizar (oferta
pública).
Em
qualquer dos dois casos, quem quiser se divertir deve levar em conta: estamos
sempre pensando em centenas de bilhões de reais, frequentemente em centenas de
bilhões de dólares.
Portanto, mãos à obra. Exportem
os dados para suas planilhas e vejam como privatizar – e como estatizar – essa encrencada
Petrobrás.
1.
Dados
atualizados da companhia:
Dados
atualizados
|
Valores
|
Pat.
Líquido
|
R$
360.000.000.000,00
|
Ativos
totais
|
R$
800.000.000.000,00
|
Total de
Ordinárias
|
7.442.454.142
|
Total de
Preferenciais
|
5.602.042.788
|
Soma total
|
13.044.496.930
|
VP = Val. patrimonial
|
R$ 27,60
|
VA = Valor
dos ativos
|
R$ 61,33
|
VP/VA
|
45,00%
|
VP das
ações "estatais"
|
123.000 milhões
|
VA das
ações "estatais"
|
273.000 milhões
|
2.
Composição
geral das ações Ordinárias:
Acionista
|
% de ON
|
Milhões de ações
|
União Federal
|
50,26%
|
3.740
|
Bndes + Fps
|
9,45%
|
703
|
Bndespar
|
0,16%
|
12
|
Outros
|
39,46%
|
2.937
|
Previ
|
0,17%
|
13
|
Ações Tesouraria
|
0,00%
|
-
|
Total
|
100,00%
|
3.
Representação
porcentual das ações em poder da União e em poder de outros:
Participação
|
Quantidade
|
|
Ações ON "estatais"
|
60%
|
4.455
|
Ações PN "estatais"
|
27%
|
1.512
|
Ações ON "privadas"
|
40%
|
2.950
|
Ações PN "privadas"
|
73%
|
4.089
|
Sem
conhecer e entender estes valores e participações, não se pode aderir a uma
privatização – ou a uma estatização – da Petrobrás em sã consciência.
A União
pode:
- Vender suas 4,455 bilhões de ações ON, e privatizar a companhia;
- Comprar 7,039 bilhões de ações (sendo 2,950 bilhões de ações ON e 4.089 bilhões de ações PN) e estatizar a companhia;
Escala de valores
Em relação ao VP
Em relação ao VA
10%
R$
2,76
R$
6,13
15%
R$
4,14
R$
9,20
20%
R$
5,52
R$
12,27
25%
R$
6,90
R$
15,33
30%
R$
8,28
R$
18,40
35%
R$ 9,66
R$
21,46
40%
R$
11,04
R$
24,53
45%
R$
12,42
R$
27,60
50%
R$
13,80
R$
30,66
55%
R$
15,18
R$
33,73
60%
R$
16,56
R$
36,80
65%
R$
17,94
R$
39,86
70%
R$
19,32
R$
42,93
75%
R$
20,70
R$
46,00
80%
R$
22,08
R$
49,06
85%
R$
23,46
R$
52,13
90%
R$
24,84
R$
55,20
95%
R$
26,22
R$
58,26
100%
R$
27,60
R$
61,33
(Em realce, os preços mais próximos dos preços atuais, em 6
fev 2015);
Conclusão:
- Evidentemente esses preços são extremamente inconvenientes
para a União, que precisaria contabilizar como prejuízo todas as diferenças
entre esses preços de mercado e os valores contábeis das ações.
- Por estas razões, deveria seguir as rotinas de lançamento de
ações à oferta pública, conhecidas de todo o mercado, que resultariam, em
última análise, na pesquisa de preços de lançamento conhecidas como e-bookbuilding.
- Caso a pesquisa chegasse ao valor de R$ 27,60 por ação, a
União teria retorno de 100% sobre seu valor patrimonial, mas apenas 45% do
valor dos ativos que transferiria ao novo acionista controlador.
- Na outra ponta do raciocínio, caso queira estatizar a
companhia, deve seguir as rotinas de fechamento de capital conhecidas como OPA.
Como a aquisição das ações representam um terço do total das ações de cada
espécie ou classe em circulação, a União deve proceder à oferta pública de
ações.
- Se aproveitar os preços atuais, a União fará um grande
negócio. Mas, se anunciar que vai estatizar a Petrobrás, as regras da OPA
modificam o quadro, e o governo pode ver-se obrigado a desembolsar valores
especialmente elevados.
Escala de valores
|
Em relação ao VP
|
Em relação ao VA
|
10%
|
R$
2,76
|
R$
6,13
|
15%
|
R$
4,14
|
R$
9,20
|
20%
|
R$
5,52
|
R$
12,27
|
25%
|
R$
6,90
|
R$
15,33
|
30%
|
R$
8,28
|
R$
18,40
|
35%
|
R$ 9,66
|
R$
21,46
|
40%
|
R$
11,04
|
R$
24,53
|
45%
|
R$
12,42
|
R$
27,60
|
50%
|
R$
13,80
|
R$
30,66
|
55%
|
R$
15,18
|
R$
33,73
|
60%
|
R$
16,56
|
R$
36,80
|
65%
|
R$
17,94
|
R$
39,86
|
70%
|
R$
19,32
|
R$
42,93
|
75%
|
R$
20,70
|
R$
46,00
|
80%
|
R$
22,08
|
R$
49,06
|
85%
|
R$
23,46
|
R$
52,13
|
90%
|
R$
24,84
|
R$
55,20
|
95%
|
R$
26,22
|
R$
58,26
|
100%
|
R$
27,60
|
R$
61,33
|
(Em realce, os preços mais próximos dos preços atuais, em 6
fev 2015);
Conclusão:
- Evidentemente esses preços são extremamente inconvenientes para a União, que precisaria contabilizar como prejuízo todas as diferenças entre esses preços de mercado e os valores contábeis das ações.
- Por estas razões, deveria seguir as rotinas de lançamento de ações à oferta pública, conhecidas de todo o mercado, que resultariam, em última análise, na pesquisa de preços de lançamento conhecidas como e-bookbuilding.
- Caso a pesquisa chegasse ao valor de R$ 27,60 por ação, a União teria retorno de 100% sobre seu valor patrimonial, mas apenas 45% do valor dos ativos que transferiria ao novo acionista controlador.
- Na outra ponta do raciocínio, caso queira estatizar a companhia, deve seguir as rotinas de fechamento de capital conhecidas como OPA. Como a aquisição das ações representam um terço do total das ações de cada espécie ou classe em circulação, a União deve proceder à oferta pública de ações.
- Se aproveitar os preços atuais, a União fará um grande negócio. Mas, se anunciar que vai estatizar a Petrobrás, as regras da OPA modificam o quadro, e o governo pode ver-se obrigado a desembolsar valores especialmente elevados.
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