segunda-feira, 10 de agosto de 2015






QUANDO SETE MESES
É MAIS QUE UM ANO?
A inflação brasileira destes sete meses de 2015 supera o teto de inflação programado pelo sistema de metas do Banco Central para todo o ano de 2015, fixado em 6,5%.
São 6,83% de inflação entre janeiro e julho, e, se você quiser medir um ano cheio, de 12 meses, chegará aos 9,56% no cômputo geral, com diversas áreas metropolitanas ultrapassando os 10% no período. Entre elas, o Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre e Goiânia.
Dados divulgados hoje pelo Boletim Focus do Banco Central
As tendências se confirmam pela opinião dos analistas consultados pelo Banco Central e externada no boletim Focus divulgado hoje (10 de agosto), com a previsão de inflação novamente aumentada para 9,23% e a queda no PIB alcançando (-) 1,97%. Os analistas mais reconhecidos, todavia, avaliam estes dados em 9,53% para a inflação e (-) 2% para o produto, evidenciando que a tendências recessivas se mantém firmes (1).  
A pressão sobre os preços se mantém forte, não há indícios de suavizar a tendência destes meses de junho e julho, e o consumo de produtos populares apresenta-se muito retraído, porque seus consumidores estão cuidando muito do dinheiro que recebem, e procuram livrar-se de saldos devedores em seus cheques especiais e cartões de crédito.
O comportamento do comércio desses produtos indica uma situação de inflação corretiva, em que a queda no consumo impõe uma baixa nos preços, a fim de manter as vendas e desovar estoques de compras anteriores. No setor de vestuário, uma surpreendente onda de calor encalha as roupas de inverno, sem que haja qualquer perspectiva animadora para os comerciantes do setor.
Há ainda claros indícios de que a turbulência política tem péssimos reflexos no comportamento geral da Economia. Até mesmo o presidente da diretoria do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, aponta essa situação de crise política como o que realmente mais atrapalha o desempenho da atividade econômica no país. Ele espera que isso se resolva logo, para desanuviar o horizonte de negócios.
A Petrobrás apresentou esta semana seu balanço do segundo trimestre, com um lucro muito baixo, mas os analistas mais reconhecidos entendem que provisões para pagamento de tributos afetaram o lucro, o que caracteriza uma situação recorrente, não repetitiva, e que o lucro da companhia seria bem maior se esta provisão não estivesse presente.
De qualquer forma, o presidente da companhia lamenta a dimensão da dívida que deve ser paga, atualmente no valor de R$ 415 bilhões, ou US$ 118 bilhões, considerada hoje a maior dívida empresarial do mundo, e que a empresa espera resgatar, até o nível operacional normal, nos próximos cinco anos. Além de tudo, o preço internacional do barril-referência no mercado de petróleo ronda os US$ 50, enquanto o custo de extrair e processar petróleo está em US$ 45, o que limita seu resultado.
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(1) Para mais detalhes sobre estas projeções, consulte nosso blog de 18 de março deste ano. Tecnicamente, nossa avaliação sobre a inflação chegou a seu nível, de 10% a.a., e analistas de renome reconheceram, no programa “Fatos e Versões”, da Globonews, neste fim-de-semana, que níveis de queda do PIB em 2015 ao redor dos (-) 3% já são esperados.






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