quinta-feira, 20 de agosto de 2015




PERDIDOS NA PRAÇA

O tapete vermelho estendido na praça dos Três Poderes pelo senador Renan Calheiros para que a presidente Dilma Rousseff faça a sua travessia até 2018 – e que o vulgo carimbou como Agenda Brasil – já está totalmente descolorido, esbranquiçado, tornou-se apenas uma lista do que se podia fazer. E que, provavelmente, não se fará.
Com isso, a crise política, que se traduz numa expectativa de mudança dela do Palácio da Alvorada para um apartamento em Porto Alegre, volta a recrudescer a vida na seca cidade de Brasília, ameaçada por novidades já esperadas como a Justiça chegando junto ao deputado Eduardo Cunha e ao senador Fernando Collor, seguida da diminuição do prazo para que o Planalto produza uma defesa minimamente eficaz às acusações de pedaladas fiscais e outros desmandos financeiros da dupla Dilma-Mantega.
Enquanto isso, Joaquim Levy vê, a cada dia, mais fraco o seu poder de corrigir esses desmandos, com um Congresso que distorce por completo seus projetos de correção, ao mesmo tempo em que a própria chefa do governo enfia uma cunha (sem trocadilhos) nesses projetos ao liberar crédito de bancos públicos para setores industriais que não precisam dele, precisam é de clientes para comprar-lhes os caminhões e automóveis. Como controlar a inflação desse jeito?
Com isso, as medidas para a criação de uma política econômica realista, que interrompa a inflação, faça voltar o investimento, realinhe a produção, dinamize o emprego, crie confiança no empresariado, essas medidas são substituídas por mais-do-mesmo, dada a incapacidade administrativa da presidente.
Os números trimestrais do IBC-Br apontam uma queda adicional de 0,5% à queda de 2,5% já prevista para 2015, corroborando nossas iniciativas numa postagem de 18 de março deste ano, em que apontávamos 3% de queda no produto brasileiro, para uma inflação que atingiria 10% como um mínimo, o que já acontece hoje.
Não há luzes no fim do túnel até meados de 2016, quando o país se surpreenderá com uma incômoda sequência de trimestres recessivos.


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