PERDIDOS NA PRAÇA
O tapete vermelho estendido
na praça dos Três Poderes pelo senador Renan Calheiros para que a presidente
Dilma Rousseff faça a sua travessia até 2018 – e que o vulgo carimbou como
Agenda Brasil – já está totalmente descolorido, esbranquiçado, tornou-se apenas
uma lista do que se podia fazer. E que, provavelmente, não se fará.
Com isso, a crise política,
que se traduz numa expectativa de mudança dela do Palácio da Alvorada para um
apartamento em Porto Alegre, volta a recrudescer a vida na seca cidade de
Brasília, ameaçada por novidades já esperadas como a Justiça chegando junto ao
deputado Eduardo Cunha e ao senador Fernando Collor, seguida da diminuição do
prazo para que o Planalto produza uma defesa minimamente eficaz às acusações de
pedaladas fiscais e outros desmandos financeiros da dupla Dilma-Mantega.
Enquanto isso, Joaquim Levy
vê, a cada dia, mais fraco o seu poder de corrigir esses desmandos, com um
Congresso que distorce por completo seus projetos de correção, ao mesmo tempo
em que a própria chefa do governo enfia uma cunha (sem trocadilhos) nesses
projetos ao liberar crédito de bancos públicos para setores industriais que não
precisam dele, precisam é de clientes para comprar-lhes os caminhões e
automóveis. Como controlar a inflação desse jeito?
Com isso, as medidas para a
criação de uma política econômica realista, que interrompa a inflação, faça
voltar o investimento, realinhe a produção, dinamize o emprego, crie confiança
no empresariado, essas medidas são substituídas por mais-do-mesmo, dada a
incapacidade administrativa da presidente.
Os números trimestrais do
IBC-Br apontam uma queda adicional de 0,5% à queda de 2,5% já prevista para
2015, corroborando nossas iniciativas numa postagem de 18 de março deste ano,
em que apontávamos 3% de queda no produto brasileiro, para uma inflação que
atingiria 10% como um mínimo, o que já acontece hoje.
Não há luzes no fim do
túnel até meados de 2016, quando o país se surpreenderá com uma incômoda sequência
de trimestres recessivos.
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