segunda-feira, 21 de dezembro de 2015





UM PAÍS DOENTE MESMO!

O Brasil está doente, estendido por algum tempo em um berço que nada tem de esplêndido. Esta semana, novo exame (da agência Fitch) diminuiu suas chances de melhorar. Ele aguarda o último exame da série, que deve ser tão ruim quanto, e que pode chegar a qualquer momento (o da Moody’s).
No fim de semana, trocou de médico. Assumiu o doutor Nelson Barbosa. A expectativa de um ano ruim apenas está pior, já que não houve reação à deterioração de 2014. O médico anterior tinha sua atividade tolhida pela dona do hospital e pelo conselho do Nosocômio do Planalto, que lhe deu pouquíssimo suporte. Assim mesmo, tratava do doente com afinco. O novo médico pretende reviver o método de cura pela Nova Matriz Econômica versão 2.0. Mas, foi este mesmo método que levou o Brasil ao hospital.
E começa com um indicador CDS superior a 500, num termômetro financeiro onde a Coreia está nos 58, Filipinas 112, México 174 e Malásia 190. Nada bom, mesmo!
Na UTI, desligam-se neste fim de ano os instrumentos de medição e cura dos males da versão inicial (NME 1.0), doença provocada pelo ex-presidente Lula e corroborada pela presidente Dilma Rousseff. Com instrumentos desligados, o mercado não será tolerante a esta crise, tudo indica que vai agravá-la. Não vai adiantar o novo médico empurrar o doente com a barriga. Até meados de fevereiro, um país estará paralisado por reveillon, férias, recessos em dois Poderes e carnaval, e sofrerá a recomposição da forma de administrar a Economia.  Ainda bem que o ministro da Fazenda conhece cada um dos nove andares do seu escritório, já que trafegou por ele anos a fio. Pelo menos não se perde no prédio Bloco P da Esplanada dos Ministérios em Brasília, enquadrado entre dois edifícios do Ministério da Defesa. Sabe como entrar, sabe como sair.
Reformas na política, nos tributos, no trabalhismo, nem Lula se preocupou com elas, nem Dilma sabe o que fazer para arrumá-las. A torcida brasileira dá-lhe um grau muito ruim numa avaliação de resultados. Ela é mais mal avaliada do que o presidente Sarney nos seus piores dias. O Brasil não confia nessa desastrada chefa de governo. Zombam dela, chegam a dizer que em vez de impedimento, ela precisa mesmo é de um exame psicotécnico. Dilma não liga para a zombaria, segue firme num estranho propósito de esquerdizar a administração. Será que ela busca venezuelizar o Brasil?
Com instrumentos da UTI desligados até fevereiro, os salários continuarão a se desvalorizar, a inflação não dará folga aos números, o produto se retrairá ao redor dos 3,6%, a taxa de investimento perderá folego com mais de 4,4% de retração. Com isso, caem os investimentos empresariais, emagrece a capacidade de poupar, os rendimentos sobre o capital empresarial sentem a recessão. Os desastres ocorridos com a Petrobrás estão patentes em mais de 10% de toda a atividade empresarial, que se ressente da forma como a estatal foi administrada nos últimos anos. A Eletrobrás é uma sinistra companheira. Essas duas estatais respondem por mais da metade da baixa na taxa de investimento em 2015. E sem lucros, o investimento não cresce. Por isso, fecharam 1.527.463 postos de trabalho formal este ano, dos quais 590.731 de profissionais qualificados na indústria.
Os títulos brasileiros, agora com o carimbo de Junk, pesam nas carteiras de investidores institucionais estrangeiros, que se livram deles a toque de caixa, em favor de scalpers mais especulativos, que gostam de papeis curtos sem postura institucional.
Recursos do Exterior minguaram em 2015, há mais de seis meses que se capta quase nada no país.
O paciente mostra a carteira recheada de dólares: 370 bilhões. Ao lado do extrato bancário que diz que ele deve quase 3 trilhões de reais que lhe custam quase 45 bilhões de reais de juros ao mês. Que, como sempre, ele não paga, vai acumulando, juros sobre juros. Diversos economistas mandam ele esvaziar a carteira, para baixar a dívida bruta do nível de 66% para o nível de 52%, usando aquela grana exposta ao luar. Acham que com 200 bilhões de dólares fica muito bom.

CHEGANDO AO FIM DO ANO
Em sua penúltima avaliação, os analistas consultados pelo Banco Central, que oferecem suas perspectivas para os principais indicadores brasileiros, a inflação em 2015 atinge os 10,7%, para 2016 a previsão chega aos 6,8%, a evolução do PBI cai 3,7% este ano e fica abaixo em 2,8% no ano que vem, o júri primário (SELIC) pode começar o ano que vem nos 14,75% (and counting, como dizem os analistas ianques), e o dólar pode chegar aos R$ 4,20, contra uma expectativa de fechar 2015 ao redor dos R$ 3,90.




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