A
REFORMA ESSENCIAL DO BRASIL
QUE
PERDEU O GRAU DE INVESTIMENTO
Custo é igual a unha:
tem que cortar sempre (Eduardo Moreira, economista, em entrevista na praia, à
jornalista Mara Luquet)
Esta é uma sentença
exemplar para a situação brasileira de hoje. É preciso cortar os custos de
governar no Brasil. Equivale a buscar os principais elementos de uma reforma
estrutural, lembrada em diversos aspectos pelo programa da Fundação Ulysses
Guimarães "Ponte para o Futuro".
Rememorando, a última
vez em que o Brasil sofreu uma reforma profunda nas suas estruturas foi há meio século, no
período 1964 a 1967, pelas cabeças e mãos dos ministros Roberto de Oliveira
Campos e Octávio Gouveia de Bulhões, que baixaram um vasto pacote de leis
reformadoras da Economia brasileira, pacote este que foi rapidamente
referendado por um Congresso complacente, quase submisso, porque eram tempos de
governo militar. Hoje, reconhecemos: um governo militar de direita.
É ocioso relacionar
todos os golpes que essas reformas desferiram na estrutura arcaica, pequenina,
equivocada, da administração pública brasileira. O certo é que quase todas
estas reformas estão vivas até hoje. Vale apenas lembrar
que demorou alguns anos até que a Economia brasileira mostrasse sinais de ampla
recuperação - quase confundida, na época, com um milagre econômico - para que a
reforma estrutural acontecesse.
Esta reforma teve
problemas? Teve baixas? Sem dúvida. Talvez a maior delas tenha sido a operação
de financiamento da casa própria realizada por um misto de banco central com
banco de investimento, o BNH, destruído pelas políticas errôneas de fixação de
índices de correção monetária sobre empréstimos ao longo dos anos e durante a
vigência de milhares de contratos, que resultaram no FCVS - Fundo de
Compensação de Variações Salariais, um monstrengo que ainda assusta os
ministros da Fazenda. Daí ao fim do BNH - e ao repasse dos ativos e passivos à
Caixa Econômica Federal - foi um passo.
UMA NOVA REFORMA DA ESTRUTURA
Agora, o Brasil é
chamado a realizar nova reforma em suas estruturas de administração dos
recursos dos pagadores de impostos (porque é disso que se trata).
Como fazer para cortar
as unhas do custo de governar?
Significa, a
princípio, desmontar a estrutura de regalias dos servidores dos três poderes.
Com especial realce para os poderes legislativo e judiciário. Quem vai sustar o
pagamento das verbas indenizatórias de parlamentares e magistrados? Quem vai
desmanchar as secretarias parlamentares que, enormes ou modestas, tomam conta de
mais de 60 mil donos de mandatos Brasil afora? Quem vai proibir prefeitos de
cidades modestíssimas de ter sete a dez secretários nas prefeituras? Quem vai
suspender o pagamento de salários exorbitantes para vereadores, deputados,
senadores e magistrados de todo gênero? Quem vai leiloar os carros de autoridades?
Em seguida, rever as
alçadas para autorização de despesas nos ministérios, autarquias e repartições.
Para dar uma pálida ideia, o Ministério do sr. Nelson Amaral tem 793
quadradinhos no seu organograma funcional, com centenas de pessoas que
autorizam despesas de toda ordem, desde aumentar o estoque de canetas Bic até a
compra de helicópteros para pessoas gradas da Administração.
Depois dessa faxina
geral, um Governo com G maiúsculo pode botar em prática a “Ponte para o Futuro”
da Fundação Ulysses Guimarães, debaixo de forte campanha de propaganda na
imprensa, para que o povo se associe às correções reais da estrutura de
administração do país.
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