segunda-feira, 14 de dezembro de 2015







SEMANA DO ADEUS
PARA JOAQUIM LEVY?

Manifestantes que realizaram passeatas festivas ontem em mais de 100 cidades brasileiras - com cartazes e faixas em favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, além de carrinhos de criança e cães de companhia - são pessoas atentas ao noticiário, e já sabiam que Joaquim Levy está à beira de demitir-se do Ministério da Fazenda.
O homem público mais mencionado nos noticiários para substituí-lo é o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, com a mesma missão de corrigir os desajustes fiscais do final do primeiro governo da presidente.
Se aceitar a convocação, para cumprir a mesma missão, Meirelles nem por isso precisará utilizar os mesmos instrumentos que Levy não conseguiu sequer implantar, por ter no Congresso um obstáculo intransponível. Sua leitura e interpretação do desempenho da Economia devem levá-lo a buscar outros caminhos.
E, se Meirelles pegar o bonde andando nos próximos dias, verá que a inflação não dá sossego ao governo, e as previsões (que andavam pela casa dos 10,44% há uma semana) chegam hoje ao nível dos 10,61%, ao passo que a inflação de 2016 chega a 6,8% numa mediana de mais de 100 opiniões, o que quer dizer que um grupo significativo deve estar estimando, desde já, valores iguais ou maiores do que 7% no ano que vem.
Já a evolução (negativa) do PIB aponta para uma queda de 3,62% em 2015, contra 3,5% há uma semana. Para 2016, o mercado espera uma queda de 2,67%. Já a expectativa do dólar mantém-se em níveis próximos aos R$ 3,90 no final de 2016.
Tudo sinalizando que, mesmo em caso de sucesso, a economia se recuperará modestamente.


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