SEMANA DO ADEUS
PARA JOAQUIM LEVY?
Manifestantes que realizaram passeatas festivas ontem em mais de
100 cidades brasileiras - com cartazes e faixas em favor do impeachment da presidente Dilma
Rousseff, além de carrinhos de criança e cães de companhia - são pessoas
atentas ao noticiário, e já sabiam que Joaquim Levy está à beira de demitir-se
do Ministério da Fazenda.
O homem público mais mencionado nos noticiários para substituí-lo é
o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, com a mesma missão de
corrigir os desajustes fiscais do final do primeiro governo da presidente.
Se aceitar a
convocação, para cumprir a mesma missão, Meirelles nem por isso precisará
utilizar os mesmos instrumentos que Levy não conseguiu sequer implantar, por
ter no Congresso um obstáculo intransponível. Sua leitura e interpretação do
desempenho da Economia devem levá-lo a buscar outros caminhos.
E, se Meirelles
pegar o bonde andando nos próximos dias, verá que a inflação não dá sossego ao
governo, e as previsões (que andavam pela casa dos 10,44% há uma semana) chegam
hoje ao nível dos 10,61%, ao passo que a inflação de 2016 chega a 6,8% numa
mediana de mais de 100 opiniões, o que quer dizer que um grupo significativo
deve estar estimando, desde já, valores iguais ou maiores do que 7% no ano que
vem.
Já a evolução
(negativa) do PIB aponta para uma queda de 3,62% em 2015, contra 3,5% há uma
semana. Para 2016, o mercado espera uma queda de 2,67%. Já a expectativa do
dólar mantém-se em níveis próximos aos R$ 3,90 no final de 2016.
Tudo sinalizando
que, mesmo em caso de sucesso, a economia se recuperará modestamente.
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