sábado, 17 de outubro de 2015





AS DOMINÂNCIAS TUPINIQUINS

Ao passar pelo Brasil, a Fitch Ratings encontrou os escombros do desastre fiscal dos governos da presidente Dilma Rousseff, classificou o rate do país no limite do investment grade, e fincou uma placa de “Negative” na classificação, como o aviso de que a qualquer momento pode rever seus critérios, e rebaixar-nos para o grau especulativo.
Pasmo com seu próprio descaso, o povo brasileiro assiste a essa pantomina: um esvaziado ministro Joaquim Levy não tem apoio do governo Dilma, mas vai ao Congresso pedir apoio da oposição às medidas de correção do desajuste fiscal do governo Dilma. É uma situação bem definida pelo conselheiro do Banco Mundial Otaviano Canuto: “estamos prisioneiros do imbróglio político", que enfatiza que é preciso que o plano fiscal do governo seja posto em ação para evitar que as agências de rating revejam para pior suas classificações atuais, fazendo o país entrar na indesejável situação de ter seus títulos carimbados como especulativos.
Economistas alertam que a regulagem dos mercados via taxa de juros está no limite de sua aplicabilidade, o que caracterizaria uma dominância fiscal, situação em que aumentos no nível de juros não controlam mais a inflação.
Enquanto isso, a presidente Dilma Rousseff embarca para uma viagem à Escandinávia, e abandona o país a uma situação insuportável, em que o governo se acomoda exigindo a recriação da CPMF – no que muitos economistas concordam que é um mal necessário – enquanto outros admitem que até o caos econômico é melhor, porque dele pode advir um debate sério em relação aos gastos de governo, ao passo que o imposto só ajudaria a perpetuar a crise vigente. Ao mesmo tempo, o impeachment dela virou moeda de troca. Quem diria? Até Lula movendo mundos e fundos para salvar Eduardo Cunha! É um caso típico de dominância política, situação em que o país não está mais sendo governado.
Uma terceira via, levantada pela economista Monica de Bolle, propõe a suspensão temporária da política econômica de metas de inflação e a adoção – também temporária – de uma política de bandas cambiais (já tivemos um período assim). Seria o abandono da dominância fiscal. Não teve muitos aplausos, mas o assunto entrou na pauta dos economistas, para exame.
Receoso mas não revoltado, o povo quer mudanças na sua vida econômica, mas não sabe quais, e não conta com seus representantes políticos ao lado. O comportamento dos brasileiros consumidores é orientado por uma cadeia da crise, em que a economia faz seu ajuste automático, independentemente do "ajuste" do Levy -- do qual o Lula tanto se queixa. 
Caem as atividades, cai o emprego, caem os salários, caem as vendas, cai a economia toda. Isso tudo significa que o impulso da inflação poderá até ser contido, mas deixa o país em má situação. Que pode agravar-se novamente em curto espaço de tempo, porque os indicadores não são favoráveis. 

ANTECIPANDO A TENDÊNCIA
Nossa visão de mercado, em post com participação decisiva do dr. Uriel de Magalhães, antecipada desde final de março último, já apresentava indicadores que, na prática, se igualam aos deste mês de outubro:



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