AS DOMINÂNCIAS
TUPINIQUINS
Ao passar pelo Brasil, a Fitch
Ratings encontrou os escombros do desastre fiscal dos governos da presidente
Dilma Rousseff, classificou o rate do
país no limite do investment grade, e
fincou uma placa de “Negative” na
classificação, como o aviso de que a qualquer momento pode rever seus
critérios, e rebaixar-nos para o grau especulativo.
Pasmo com seu próprio descaso, o
povo brasileiro assiste a essa pantomina: um esvaziado ministro Joaquim Levy
não tem apoio do governo Dilma, mas vai ao Congresso pedir apoio da oposição às
medidas de correção do desajuste fiscal do governo Dilma. É uma situação bem
definida pelo conselheiro do Banco Mundial Otaviano Canuto: “estamos prisioneiros do imbróglio político", que
enfatiza que é preciso que o plano fiscal do governo seja posto em ação para
evitar que as agências de rating
revejam para pior suas classificações atuais, fazendo o país entrar na
indesejável situação de ter seus títulos carimbados como especulativos.
Economistas
alertam que a regulagem dos mercados via taxa de juros está no limite de sua
aplicabilidade, o que caracterizaria uma dominância fiscal, situação em que
aumentos no nível de juros não controlam mais a inflação.
Enquanto isso, a
presidente Dilma Rousseff embarca para uma viagem à Escandinávia, e abandona o
país a uma situação insuportável, em que o governo se acomoda exigindo a
recriação da CPMF – no que muitos economistas concordam que é um mal necessário
– enquanto outros admitem que até o caos econômico é melhor, porque dele pode
advir um debate sério em relação aos gastos de governo, ao passo que o imposto
só ajudaria a perpetuar a crise vigente. Ao mesmo tempo, o impeachment dela virou moeda de troca.
Quem diria? Até Lula movendo mundos e fundos para salvar Eduardo Cunha! É
um caso típico de dominância política, situação em que o país não está mais
sendo governado.
Uma terceira via,
levantada pela economista Monica de Bolle, propõe a suspensão temporária da
política econômica de metas de inflação e a adoção – também temporária – de uma
política de bandas cambiais (já tivemos um período assim). Seria o abandono da
dominância fiscal. Não teve muitos aplausos, mas o assunto entrou na pauta dos
economistas, para exame.
Receoso mas não
revoltado, o povo quer mudanças na sua vida econômica, mas não sabe quais, e
não conta com seus representantes políticos ao lado. O comportamento dos
brasileiros consumidores é orientado por uma cadeia da crise, em que a
economia faz seu ajuste automático, independentemente do "ajuste" do
Levy -- do qual o Lula tanto se queixa.
Caem as atividades,
cai o emprego, caem os salários, caem as vendas, cai a economia toda. Isso tudo
significa que o impulso da inflação poderá até ser contido, mas
deixa o país em má situação. Que pode agravar-se novamente em curto espaço de tempo, porque os indicadores não são favoráveis.
ANTECIPANDO A TENDÊNCIA
Nossa visão de mercado, em post com participação decisiva do
dr. Uriel de Magalhães, antecipada desde final de março último, já apresentava
indicadores que, na prática, se igualam aos deste mês de outubro:
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