BRASIL
PRECISA DE UMA
RESTAURAÇÃO
GERAL
O Brasil parece um
carro batido depois de acidente a mais de 120 km/h, que teria perda total no
seguro, se não fosse um modelo exclusivo, que precisa ir para uma oficina
especial de restauração.
A imagem é boa para
mostrar que é preciso uma reforma da maneira de governar o país, que está
financeiramente inviabilizado e que precisa atender objetivos sociais
fundamentais, em educação, saúde, habitação, segurança e transporte, com
exclusão de todos os demais. Situações como o atual estado de calote do governo
federal são imperdoáveis, e não podem ser toleradas.
Sem essa reforma, o
Brasil não será capitalizado, não produzirá a contento, terá sua importância e
significado esvaziados mesmo no conjunto das nações emergentes. Os perigos
estão todos à vista, e a perda do grau de investimento (se e quando Fitch e
Moody’s nos desclassificarem) apenas retardará todos os esforços para a
restauração.
Evidentemente, o
trabalho exige rever os direitos adquiridos das camadas privilegiadas da
população, exige que o custo de administrar o país cada estado e cada cidade
sejam totalmente repensados.
Trabalhar para o
Estado precisa tornar-se uma opção secundária, já que a atividade privada deve
atingir o status de prioridade para a satisfação das necessidades pessoais e
sociais.
Como toque final, as
instituições precisam funcionar isentas de todos os tipos de corrupção,
deixando de ser um balcão de negócios escusos. A faxina para isso deve ser
impiedosa.
O Brasil não tem
alternativa.
OS DADOS CONTINUAM MUITO RUINS
O juro do cheque
especial bateu no teto de novo, chegando a seu nível mais elevado em todo o
tempo do real. Bancos chegam a cobrar 278% pelos saldos negativos nas contas
correntes dos seus clientes. A redução das operações de crédito pessoal, que
permitiriam pagar esses saldos a um custo menor, atinge praticamente toda a
rede bancária. Sem crédito, o saldo negativa mesmo. E ainda é a solução para
amenizar a outra conta, a do cartão de crédito, onde o absurdo atinge mais de
400% ao ano (quando é cartão private
label, segure-se, porque a taxa atinge mais de 600%!).
Daí surge a
inadimplência elevada nos pagamentos de parcelas de financiamentos, e
elevadíssima nos atrasos dos créditos rotativos dos cartões de crédito, em que
o atraso supera os 38% das contas.
Está ruim? Não leva
jeito de melhorar. As taxas de desemprego crescem a cada mês, fecham-se postos
de trabalho porque o consumo está em queda e as lojas estão supridas com pouco,
e quando se consegue uma vaga numa empresa, frequentemente o salário é menor do
que o que o felizardo tinha quando foi mandado embora.
Em estado de graça
estão apenas os que estão no serviço público, que têm estabilidade na função. E
que são, apesar disso, useiros e vezeiros em entrar em greve – não
regulamentada pelo governo, o que os favorece.
A FOCUS DA SEMANA
A última pesquisa Focus, do Banco Central, mostra que os cerca
de 100 analistas convidados pelo banco para oferecer suas previsões fixaram
esta semana a evolução do IPCA dos últimos 12 meses em 10,38%, contra 10,33% na
semana anterior, estourando de vez as metas de inflação do governo, que continuam
a ser fixadas em 4,5% com (+/-) 2% de variação.
A evolução do PIB, que
era negativa em (-) 3,15%, atingiu esta semana os (-) 3,19%, o que significa
que não se vê ainda uma luz de melhora no fim do túnel.
Os analistas se
manifestaram sobre a evolução da taxa Selic, que foi confirmada em 14,25% na
última reunião do COPOM, prevendo que ela atinja os 14,13% no final de 2016.
Quanto ao dólar, não
houve evolução, eles esperam que se mantenha a perspectiva de R$ 3,95 no final
do próximo ano.
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