domingo, 20 de setembro de 2015




PLANEJAR?
O QUÊ? COMO?
O executivo empresarial encarregado de coordenar o planejamento estratégico de uma empresa avalia as informações e análises à sua disposição, e pensa como enquadrará sua empresa no cenário que se apresenta no Brasil, onde ele buscará maximizar os lucros e conter os custos dos negócios na empresa onde trabalha.
O cenário desenha-se, nestes dias, da seguinte forma:
1.   O buraco fiscal que contamina toda a Economia chega este ano aos (-) 3% do PIB, e sua evolução é dramática, pode manter a tendência e atingir o nível de (-) 2,1% do PIB em 2016;
2.   Observa-se a tendência de queda contínua no PIB per capita, mais forte nos últimos cinco anos, em direção a uma perda de mais de 7,5%;
3.   A DPF (Dívida Pública Federal) cresceu como bola de neve, chega aos R$ 2,6 trilhões, e os juros deverão custar entre R$ 450 e R$ 480 bilhões, criando uma situação de dominância fiscal que eleva o custo do dinheiro a níveis insuportáveis, além de descontrolar a área cambial;
4.   Suas principais decisões de investimento podem se inviabilizar, já que ele não tem parâmetros para fixar sua taxa interna de retorno;
5.   Parece claro que os investimentos produtivos não se recuperam quando há um clima de insegurança, e projetos de cinco ou dez anos tornam-se muito arriscados;
6.   Não há como planejar a partir da matriz econômica existente, criada pelos economistas do governo, porque ela fracassou, e não se aponta uma nova alternativa no governo, que permanece calado e evita debater alternativas para corrigir os desajustes fiscais;
7.   Se ele depender de produtos de petróleo e de energia, terá problemas, porque as políticas microeconômicas dessas áreas também fracassaram;
8.   A correção dos desajustes fiscais precisa ser feita, a empresa precisa reconhecer que ela vai gerar sacrifícios, e condições políticas podem redundar em mais problemas;
9.   Pesquisas internas deixam claro que uma mudança de governo pode desanuviar o clima empresarial, mas também pode gerar reações incontroláveis em determinadas áreas sociais;
10.            É insustentável a forma como a autoridade de uma junta orçamentária informal, reunida ao pé da presidente da República, toma e cancela decisões sobre programas de cortes nas despesas públicas, muitas das quais sequer foram empenhadas.
Este cenário desequilibrado exige cuidados especiais para a formulação dos objetivos da empresa para os anos à frente, mesmo que esteja claro que medidas ortodoxas devem compor todo o planejamento das empresas para 2016.
Redução rigorosa em todos os custos, esforços no sentido de aumento e racionalização da produtividade, redução no pessoal ao estritamente necessário, negociações realistas com sindicatos, políticas de marketing coerentes com a expectativa de demanda futura, suspensão de fabricação de produtos de baixa margem de retorno, revisão nas linhas de distribuição, revisão dos prazos médios de recebimentos de vendas versus prazos médios de pagamentos de compras, remanejamento de filiais em função da expectativa de lucro, são itens que devem ser avaliados.
Quando for o caso, cobrir-se de variações cambiais e na taxa de juros mediante mecanismos de hedge, reduzir ao mínimo as necessidades de financiamento operacional, rever contratos com terceirizados, fornecedores, transportadores, tudo isso vai compor o trabalho desses executivos, visando a evitar desperdícios financeiros.
Para ajudá-lo a visualizar graficamente os desequilíbrios dos últimos doze meses, apresentamos a seguir os gráficos do IGP-M e do IPCA, mensal e anualizado. 

Se você quiser aprofundar-se nestas questões, sugerimos acessar o link a seguir, que contém as opiniões mais recentes dos economistas Gustavo Franco, Armínio Fraga, Mansueto Almeida Jr. E Samuel Pessoa, além do senador José Serra.




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