PLANEJAR?
O QUÊ? COMO?
O executivo empresarial encarregado
de coordenar o planejamento estratégico de uma empresa avalia as informações e
análises à sua disposição, e pensa como enquadrará sua empresa no cenário que
se apresenta no Brasil, onde ele buscará maximizar os lucros e conter os custos
dos negócios na empresa onde trabalha.
O cenário desenha-se, nestes dias,
da seguinte forma:
1.
O buraco fiscal que contamina toda a Economia chega este ano aos (-) 3% do
PIB, e sua evolução é dramática, pode manter a tendência e atingir o nível de
(-) 2,1% do PIB em 2016;
2.
Observa-se a tendência de queda contínua no PIB per capita, mais forte nos
últimos cinco anos, em direção a uma perda de mais de 7,5%;
3.
A DPF (Dívida Pública Federal) cresceu como bola de neve, chega aos R$ 2,6
trilhões, e os juros deverão custar entre R$ 450 e R$ 480 bilhões, criando uma
situação de dominância fiscal que eleva o custo do dinheiro a níveis
insuportáveis, além de descontrolar a área cambial;
4.
Suas principais decisões de investimento podem se inviabilizar, já que ele
não tem parâmetros para fixar sua taxa interna de retorno;
5.
Parece claro que os investimentos produtivos não se recuperam quando há um
clima de insegurança, e projetos de cinco ou dez anos tornam-se muito
arriscados;
6.
Não há como planejar a partir da matriz econômica existente, criada pelos
economistas do governo, porque ela fracassou, e não se aponta uma nova
alternativa no governo, que permanece calado e evita debater alternativas para
corrigir os desajustes fiscais;
7.
Se ele depender de produtos de petróleo e de energia, terá problemas,
porque as políticas microeconômicas dessas áreas também fracassaram;
8.
A correção dos desajustes fiscais precisa ser feita, a empresa precisa
reconhecer que ela vai gerar sacrifícios, e condições políticas podem redundar em
mais problemas;
9.
Pesquisas internas deixam claro que uma mudança de governo pode desanuviar
o clima empresarial, mas também pode gerar reações incontroláveis em
determinadas áreas sociais;
10.
É insustentável a forma como a autoridade de uma junta orçamentária
informal, reunida ao pé da presidente da República, toma e cancela decisões
sobre programas de cortes nas despesas públicas, muitas das quais sequer foram
empenhadas.
Este cenário desequilibrado exige
cuidados especiais para a formulação dos objetivos da empresa para os anos à
frente, mesmo que esteja claro que medidas ortodoxas devem compor todo o planejamento
das empresas para 2016.
Redução rigorosa em todos os custos,
esforços no sentido de aumento e racionalização da produtividade, redução no
pessoal ao estritamente necessário, negociações realistas com sindicatos,
políticas de marketing coerentes com a expectativa de demanda futura, suspensão
de fabricação de produtos de baixa margem de retorno, revisão nas linhas de
distribuição, revisão dos prazos médios de recebimentos de vendas versus prazos
médios de pagamentos de compras, remanejamento de filiais em função da
expectativa de lucro, são itens que devem ser avaliados.
Quando for o caso, cobrir-se de
variações cambiais e na taxa de juros mediante mecanismos de hedge, reduzir ao mínimo as necessidades
de financiamento operacional, rever contratos com terceirizados, fornecedores,
transportadores, tudo isso vai compor o trabalho desses executivos, visando a
evitar desperdícios financeiros.
Para ajudá-lo a visualizar
graficamente os desequilíbrios dos últimos doze meses, apresentamos a seguir os
gráficos do IGP-M e do IPCA, mensal e anualizado.
Se você quiser aprofundar-se nestas
questões, sugerimos acessar o link a seguir, que contém as opiniões mais
recentes dos economistas Gustavo Franco, Armínio Fraga, Mansueto Almeida Jr. E Samuel
Pessoa, além do senador José Serra.
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