OUTONO BRASILEIRO
Mais que indicadores econômicos, o clima político
pressiona a atividade econômica brasileira, e seu comportamento pode repetir o
ano de 2002, quando o medo-pânico do “Lula vem aí” elevou o dólar a R$ 4,00 e a
inflação a 12,5%, uma disparada de curto prazo.
Neste começo de outono, o clima de medo-pânico
atende pelo nome de “Dilma não sai”, arrefecido esta semana com a promoção de
Michel Temer à condição de primeiro-ministro de fato.
Não obstante, sua convivência com seus companheiros
de partido (mas não de pensamentos e atitudes) Renan Calheiros e Eduardo Cunha,
não consegue corrigir as principais tendências que se apresentaram nesta
semana, quais sejam:
·
Variação esperada no PIB real de 2015 em torno de (-3%) a (-4%);
·
Variação esperada no PIB industrial podendo atingir os (-6%)
·
Previsão implícita de crescimento da inflação até níveis próximos dos
12%.
GOVERNO FAZ FORÇA
O
governo (ministro Joaquim Levy) preocupa-se com os cenários econômicos que lhe
permitam atrair poupança externa, e para isso se esforça por convencer o
Congresso Nacional a apoiar a correção dos desajustes fiscais provocados pelo
governo Dilma 1.0. Nesses cenários, ele deseja evitar que as agências de rating rebaixem a classificação de risco
dos títulos do Brasil. "Estamos trabalhando para evitar cenários de downgrade e inflação alta” diz ele.
"Só podemos
entrar nessa etapa (de retorno do crescimento), se a primeira etapa, a do
ajuste, estiver pronta", afirmou. Levy disse que é importante não ter medo
do ajuste. "Se a gente fica com medo, vamos ter problemas", afirma.
AS LINHAS DE AÇÃO
Vencidas as
providências para corrigir os desajustes fiscais, Levy pretende:
·
Abrir espaço para o investidor privado em ativos de infraestrutura;
·
Criar instrumentos de project
finance com baixo risco comercial e retorno de longo prazo;
·
Fortalecer a área de governança na infraestrutura
Assim terá maior
estabilidade nas regras do jogo, visando a mitigar o risco regulatório. Para
isso quer projetos executivos com preparo mais acurado, para atrair mais
investidores, acreditando que estas iniciativas podem reduzir o risco real ou
não percebido pelo investidor.
É o governo
utilizando princípios de finanças
comportamentais em política pública.
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