segunda-feira, 13 de abril de 2015




OUTONO BRASILEIRO


Mais que indicadores econômicos, o clima político pressiona a atividade econômica brasileira, e seu comportamento pode repetir o ano de 2002, quando o medo-pânico do “Lula vem aí” elevou o dólar a R$ 4,00 e a inflação a 12,5%, uma disparada de curto prazo.
Neste começo de outono, o clima de medo-pânico atende pelo nome de “Dilma não sai”, arrefecido esta semana com a promoção de Michel Temer à condição de primeiro-ministro de fato.
Não obstante, sua convivência com seus companheiros de partido (mas não de pensamentos e atitudes) Renan Calheiros e Eduardo Cunha, não consegue corrigir as principais tendências que se apresentaram nesta semana, quais sejam:
·         Variação esperada no PIB real de 2015 em torno de (-3%) a (-4%);
·         Variação esperada no PIB industrial podendo atingir os (-6%)
·         Previsão implícita de crescimento da inflação até níveis próximos dos 12%.



GOVERNO FAZ FORÇA
O governo (ministro Joaquim Levy) preocupa-se com os cenários econômicos que lhe permitam atrair poupança externa, e para isso se esforça por convencer o Congresso Nacional a apoiar a correção dos desajustes fiscais provocados pelo governo Dilma 1.0. Nesses cenários, ele deseja evitar que as agências de rating rebaixem a classificação de risco dos títulos do Brasil. "Estamos trabalhando para evitar cenários de downgrade e inflação alta” diz ele.
"Só podemos entrar nessa etapa (de retorno do crescimento), se a primeira etapa, a do ajuste, estiver pronta", afirmou. Levy disse que é importante não ter medo do ajuste. "Se a gente fica com medo, vamos ter problemas", afirma.

AS LINHAS DE AÇÃO
Vencidas as providências para corrigir os desajustes fiscais, Levy pretende:
·         Abrir espaço para o investidor privado em ativos de infraestrutura;
·         Criar instrumentos de project finance com baixo risco comercial e retorno de longo prazo;
·         Fortalecer a área de governança na infraestrutura
Assim terá maior estabilidade nas regras do jogo, visando a mitigar o risco regulatório. Para isso quer projetos executivos com preparo mais acurado, para atrair mais investidores, acreditando que estas iniciativas podem reduzir o risco real ou não percebido pelo investidor.
É o governo utilizando princípios de finanças comportamentais em política pública.




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