segunda-feira, 30 de novembro de 2015








BRASIL PRECISA DE UMA
RESTAURAÇÃO GERAL

O Brasil parece um carro batido depois de acidente a mais de 120 km/h, que teria perda total no seguro, se não fosse um modelo exclusivo, que precisa ir para uma oficina especial de restauração.
A imagem é boa para mostrar que é preciso uma reforma da maneira de governar o país, que está financeiramente inviabilizado e que precisa atender objetivos sociais fundamentais, em educação, saúde, habitação, segurança e transporte, com exclusão de todos os demais. Situações como o atual estado de calote do governo federal são imperdoáveis, e não podem ser toleradas.
Sem essa reforma, o Brasil não será capitalizado, não produzirá a contento, terá sua importância e significado esvaziados mesmo no conjunto das nações emergentes. Os perigos estão todos à vista, e a perda do grau de investimento (se e quando Fitch e Moody’s nos desclassificarem) apenas retardará todos os esforços para a restauração.
Evidentemente, o trabalho exige rever os direitos adquiridos das camadas privilegiadas da população, exige que o custo de administrar o país cada estado e cada cidade sejam totalmente repensados.
Trabalhar para o Estado precisa tornar-se uma opção secundária, já que a atividade privada deve atingir o status de prioridade para a satisfação das necessidades pessoais e sociais.
Como toque final, as instituições precisam funcionar isentas de todos os tipos de corrupção, deixando de ser um balcão de negócios escusos. A faxina para isso deve ser impiedosa.
O Brasil não tem alternativa.

OS DADOS CONTINUAM MUITO RUINS
O juro do cheque especial bateu no teto de novo, chegando a seu nível mais elevado em todo o tempo do real. Bancos chegam a cobrar 278% pelos saldos negativos nas contas correntes dos seus clientes. A redução das operações de crédito pessoal, que permitiriam pagar esses saldos a um custo menor, atinge praticamente toda a rede bancária. Sem crédito, o saldo negativa mesmo. E ainda é a solução para amenizar a outra conta, a do cartão de crédito, onde o absurdo atinge mais de 400% ao ano (quando é cartão private label, segure-se, porque a taxa atinge mais de 600%!).
Daí surge a inadimplência elevada nos pagamentos de parcelas de financiamentos, e elevadíssima nos atrasos dos créditos rotativos dos cartões de crédito, em que o atraso supera os 38% das contas.
Está ruim? Não leva jeito de melhorar. As taxas de desemprego crescem a cada mês, fecham-se postos de trabalho porque o consumo está em queda e as lojas estão supridas com pouco, e quando se consegue uma vaga numa empresa, frequentemente o salário é menor do que o que o felizardo tinha quando foi mandado embora.
Em estado de graça estão apenas os que estão no serviço público, que têm estabilidade na função. E que são, apesar disso, useiros e vezeiros em entrar em greve – não regulamentada pelo governo, o que os favorece.

A FOCUS DA SEMANA
A última pesquisa Focus, do Banco Central, mostra que os cerca de 100 analistas convidados pelo banco para oferecer suas previsões fixaram esta semana a evolução do IPCA dos últimos 12 meses em 10,38%, contra 10,33% na semana anterior, estourando de vez as metas de inflação do governo, que continuam a ser fixadas em 4,5% com (+/-) 2% de variação.
A evolução do PIB, que era negativa em (-) 3,15%, atingiu esta semana os (-) 3,19%, o que significa que não se vê ainda uma luz de melhora no fim do túnel.
Os analistas se manifestaram sobre a evolução da taxa Selic, que foi confirmada em 14,25% na última reunião do COPOM, prevendo que ela atinja os 14,13% no final de 2016.
Quanto ao dólar, não houve evolução, eles esperam que se mantenha a perspectiva de R$ 3,95 no final do próximo ano.


domingo, 15 de novembro de 2015







COMO ASSALTARAM 
O COFRE DA PETROBRÁS?

Como faz para assaltar uma companhia do porte da Petrobrás, e enganar, anos a fio, uma imensa estrutura de controle?
Durante estes anos todos, dar dinheiro a rodo a políticos, empreiteiros, construtores, diretores empregados?
Retirar dos cofres da companhia, através de pagamentos regulares, submetidos a sistemas de controle interno (como se vê no gráfico), a repartições de três ministérios, encarregadas de fiscalizar todos esses atos, valores tão grandes como mais de 6 bilhões de reais reconhecidos pela própria empresa como propina, mais 44 bilhões como pagamentos superfaturados, mais 60 bilhões que deixaram de ser receita porque o acionista controlador assim determinou, visando a enriquecer a popularidade da presidente da República?
Veja, no quadro abaixo, toda a estrutura de controles que foi enganada durante dois governos.
E tente compreender o que aconteceu.


No quadro acima:
·        Lula e Dilma representam a União em todas as ações por onde esses recursos foram desviados da companhia;
·        Como presidentes do Conselho de Administração, Dilma e Guido Mantega validaram ou autorizaram os principais pagamentos que resultaram neste rombo. Está tudo documentado em atos societários, atas de reunião e demonstrações financeiras;
·        Como presidentes da Diretoria, Sérgio Gabrielli e Graça Foster são diretamente responsáveis pela administração da companhia, e por todos esses pagamentos, conforme consta do Estatuto.

Ressalte-se que, depois de confirmadas as irregularidades, a presidente da companhia Graça Foster criou uma Diretoria de Controles Internos encarregada do compliance da Petrobrás, e colocou esta Diretoria sob sua chefia, o que é uma situação estranha, já que ela deveria estar ligada diretamente ao acionista controlador.


segunda-feira, 9 de novembro de 2015







ESTIMATIVAS CHEGAM AOS 10% NA FOCUS

As estimativas dos analistas consultados na pesquisa Focus do banco central chegaram aos 9,99% de mediana nesta semana, aproximando-se om diferença desprezível das nossas estimativas, originadas em março deste ano[1], quando prevíramos uma taxa entre 10% e 12% para a inflação anual de 2015.
Os preços administrados, estimados num acréscimo de 17% (contra 16,5% na semana anterior) contribuem para atingir esse patamar na variação anual do IPCA. A variação de outubro, de 0,82%, também auxiliou as taxas a atingirem esse patamar de 10%.
Já o PIB, que havia decrescido 3,05% na semana anterior, agora é avaliado pelos analistas em – 3,1%, denotando o estado de recessão que envolve a atividade econômica.




[1] Resultado dos estudos que tivemos em parceria com o dr. Uriel de Magalhães.

terça-feira, 3 de novembro de 2015




10 x 10
%

Governar é:
·        Administrar o desenvolvimento das atividades econômicas e sociais do país;
·        Cuidar da estabilidade da moeda e manter o seu poder de compra;
·        Proporcionar aos cidadãos a situação de pleno emprego
Evidente que Dilma Rousseff guarda um mandato presidencial na gaveta da cômoda, mas não governa.
Não há desenvolvimento, a moeda está instável já ao nível dos 10% anuais, e logo depois das festas de fim de ano o desemprego chegará aos 10%, uma situação de conflito estudada por economistas, com alta taxa de inflação e desemprego crescente, ao mesmo tempo. Estes 10 x 10 do quadro inicial deixam inquietantemente claro que o país não suportará por muito tempo que se mantenham essas tendências[1].
Escravizadas pelos preços administrados dos serviços públicos, as tendências se corporificam, levam a atividade econômica para situação comprometedora e, pior que tudo, sem o vislumbre de qualquer liberdade de ação, já que os cleros parlamentares – cada dia mais baixos - olham apenas os seus sujos umbigos.
Qual deveria ser, agora, o papel dos Poderes Legislativo e Judiciário? Sentar junto com o Poder Executivo e, respeitadas as suas independências, unir-se num esforço total, para arrumar a bagunça que Lula e, principalmente Dilma, fizeram na administração financeira do país.
Nessa união, teriam que reconhecer que a arrumação depende, visceralmente, de severas mexidas na Constituição de 1988. Precisariam fazer um rol dos direitos concedidos ao povo brasileiro, e dos deveres para com o país. Acima de tudo, estes dois Poderes precisam rever as suas próprias regalias, exponencialmente maiores do que as gozadas pelo Poder Executivo, e cortá-las com precisão cirúrgica, antes de reformular as vantagens prescritas na Constituição.
Você pode esperar isso do nosso Congresso e dos nossos Tribunais Superiores? Pois bem: um partido, o PMDB, ousa propor uma evolução na condução dos negócios públicos. Diferente daquela “agenda Brasil“ que o senador Renan Calheiros sacou do bolso do colete para compor-se com a presidente Dilma Rousseff. 
Segundo texto divulgado em e-mails, “o documento, que se intitula “Uma Ponte para o Futuro”, alinha, na prática, o esboço do que deve ser a agenda do governo, segundo o PMDB, para a superação da mais forte recessão das últimas décadas. Embora restrita aos campos fiscal e orçamentário, que constituem as providências para ação imediata de superação do impasse atual, a proposta do PMDB é de uma concisão e coragem de inovação nunca vistas em documentos partidários.”

OS NÚMEROS DA SEMANA
Nosso estudo, baseado em avaliação do dr. Uriel de Magalhães, aproxima-se dos Top Five entre os analistas consultados pelo Banco Central (aqueles que mais se aproximam da realidade), quando fixam em 9,91% a taxa de inflação sofrida pela economia nos últimos 12 meses, e a queda no produto de (-) 3,05%, conforme mostram os gráficos.
A taxa de juros primários fixada pelo COPOM, que se manteve em 14,25% na última reunião, deve alterar-se para o nível dos 13% em 2016, buscando no horizonte relevante de 2017 uma taxa condizente com a recuperação da atividade econômica.

Não há melhorias na taxa de câmbio, com o dólar saindo de uma projeção de R$ 4,13 para a de R$ 4,20 em 2016.








[1] As projeções de desemprego são piores que os dados conhecidos. A desocupação medida pela Pnad contínua, indicador amplo do IBGE, chegará a 9,4% no ano e 11,3% em 2016, o que se deve, em especial, ao aumento da população que busca atividade para compensar a perda de poder aquisitivo ou o desemprego na família. (Boletim mensal Macro Ibre, da FGV)