segunda-feira, 23 de maio de 2016




PREVISÕES DE INFLAÇÃO AUMENTAM
ESTIMATIVAS DE PIB MELHORAM
Os mais de 100 economistas de instituições consultados pelas pesquisas Focus, do Banco Central, entendem que a inflação de 2016, projetada ao nível de 7% na semana passada, pode chegar aos 7,04% este ano.
Este resultado se afasta do teto da meta de inflação, fixada em 6,5% para este ano.
Já a projeção do PIB, que estava negativa em -3,88% na semana anterior, tem seu valor atenuado esta semana, com -3,83% de queda no produto.
Os dados são apurados a partir da mediana das opiniões dos analistas, ou seja, do centro dos valores estimados.

Será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de queda no nível da atividade da economia, desde 1948.

terça-feira, 10 de maio de 2016

transcrito da edição 203 da Revista RI - Relações com Investidores



Como arrombar um caixa
estatal sem explosivos

Luiz Fernando Rudge

A União deve – e não paga – uma explicação ao Brasil sobre como a direção de uma companhia estatal apresenta furos de controle, inspeção e fiscalização como os que ocorreram com a Petrobrás, entre 2004 e 2012, período em que o caixa foi literalmente arrombado por uma quadrilha de diretores e gerentes da companhia, e validados em atos societários públicos pelo acionista controlador, que é ela mesmo, a União.
Os prejuízos diretos desses assaltos ficam para as centenas de milhares de acionistas e milhões de cotistas de fundos de pensão e de investimento, no Brasil e no resto do mundo.
Os prejuízos indiretos ficam para todo o povo do país.
Os danos à imagem da Nação não têm medida de comparação.
Do faturamento ao pagamento e, no final, às Demonstrações Contábeis, os contratos envolvem todas as assembleias, diretorias, gerências, Conselho, comitês, instituições e repartições, centrais de negociação e fiscalização, nacional e no Exterior, que estão demonstradas no Infográfico que acompanha este texto.

Ninguém viu, ninguém conferiu, ninguém fiscalizou, ninguém impediu, por alguns anos, até que o rombo no caixa da Petrobrás chegasse aos níveis acusados nas Demonstrações Financeiras expostas em 24 de abril do ano passado, com R$ 6,194 bilhões declarados de propinas pagas e R$ 44,3 bilhões de impairment (perda no valor de recuperação de ativos), valor este estimado, em janeiro de 2015, em R$ 88,6 bilhões pela presidente Graça Foster.
Em sua mensagem no Relatório de Administração referente a 2015, o presidente Aldemir Bentine diz que nosso resultado foi notadamente impactado pela queda do preço da commodity e pela desvalorização cambial. Mas ressalto que, sob a ótica de caixa, nossa geração operacional superou os investimentos, invertendo os recentes resultados negativos e ajudando na elevação do nosso caixa e na redução da dívida líquida”.
Não faz qualquer menção aos fatos relatados na reunião que divulgou o balanço de 24 de abril, que só aparecem mesmo nas Notas Explicativas das Demonstrações Financeiras do ano.

onde começou a ação
Muitas vezes se repete um histórico de corrupção envolvendo as empresas estatais brasileiras. Mas, o assalto ao caixa da Petrobrás assume proporções que ficarão na história das fraudes empresariais em todo o mundo, em todas as épocas.
Uma das primeiras cenas desta tragédia ambienta-se em uma reunião em Caracas, onde Lula e Hugo Chavez combinam construir uma refinaria em Pernambuco, com investimento conjunto de 2,5 bilhões de dólares, onde Chavez entraria com 40%, para refinar óleo pesado da Venezuela. Anos depois, já com a conta da obra ultrapassando os 18 bilhões de dólares, descobre-se que a “combinação” não estava traduzida num contrato formal. A Petrobrás cobra o governo venezuelano em 40% do valor gasto, e Chavez não cumpre a sua parte – seria um irresponsável se o fizesse, em face do aumento nos custos. Resultado: a Petrobrás assume sozinha o empreendimento e tem que modificar o projeto para refinar outros tipos de petróleo.
Surgem mais duas refinarias (Premium I e II), no Maranhão e no Ceará, ambas com obras suspensas depois de gastos alguns bilhões de reais nelas. E um complexo petroquímico com refinaria em Itaboraí é provisoriamente suspenso, por causa dos desvios de verbas. Ao mesmo tempo, aparece o affaire Pasadena, por demais conhecido para ser relembrado.
Nessas refinarias e na Sete Brasil, empresa de investimentos criada em 2011 e especializada em gestão de portfólio de ativos voltados para a exploração na camada pré-sal, reside o fulcro das operações que resultam no desvio de dinheiro da Petrobrás.

QUEM DEVE?
Diz o Relatório de Administração de 2015 que foram feitos pagamentos indevidos a “partidos políticos, políticos eleitos ou outros agentes políticos, empregados de empreiteiras e fornecedores, ex-executivos, ex-empregados da Petrobras e outros envolvidos no esquema”.
O Relatório passa em branco sobre as causas desses pagamentos indevidos, bem como não expõe como foram furados seus sistemas de controle e fiscalização, inspetoria e auditoria.
E resguarda os responsáveis funcionais pelo primeiro nível de decisão da Companhia, ou sejam o seu acionista controlador (a União), representado constitucionalmente pelo presidente da República, mais os presidentes do Conselho de Administração e da Diretoria da companhia, e seu diretor financeiro, filtro final por onde passa – ou deve passar - todo o dinheiro que entra ou sai da Petrobrás.
Para que não se esqueçam dos nomes: Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Vana Rousseff, Guido Mantega, José Sérgio Gabrielli, Graça Foster e Almir Barbassa.



LUIZ FERNANDO RUDGE
é consultor financeiro, foi editor de Economia e Finanças do jornal Folha de S. Paulo e do jornal “Investimento”, da Gazeta Mercantil, e autor de livros sobre mercado financeiro, mercado do ouro e dicionário de finanças. rudge@enfin.com.br








segunda-feira, 9 de maio de 2016




INFLAÇÃO E PIB APRESENTAM
REVERSÃO NESTA SEMANA

PIB reverte expectativas de queda:  a perspectiva de retração da atividade para 2016 passou de -3,89% para -3,86%.
Já há 81 semanas esta perspectiva não se apresentava. Os mais de 100 analistas que respondem à pesquisa Focus do Banco Central entendem (dados válidos para a mediana das opiniões) que a tendência mudou de sentido nesta semana.
Com isto a tendência para 2017 também melhorou, e eles entendem que pode esperar-se uma elevação de 0,5% no ano que vem.
Em compensação, a mediana das projeções para a inflação em 2016, que vinha se reduzindo já há várias semanas, volta a subir, e de 6,94% passa para 7% neste ano.
O dólar também perde força nas projeções, caindo de R$ 3,72 para R$ 3,70 no final do ano.



sexta-feira, 6 de maio de 2016




INFLAÇÃO DE ABRIL MAIS ALTA QUE A DE MARÇO, MAS MANTÉM TENDÊNCIA DESCENDENTE NO PERÍODO DE UM ANO

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou abril com alta de 0,61%, ante uma variação de 0,43% em março.
Nos 12 meses encerrados em abril, o IPCA foi de 9,28%, ainda muito acima do teto da meta estipulada pelo governo, de 6,5%, mas o menor patamar desde junho de 2015, quando estava em 8,89%. 

A desaceleração na taxa acumulada em 12 meses teve início em fevereiro deste ano, quando diminuiu de 10,71% em janeiro para 10,36%. Em março, o resultado era de 9,39%. (Dos jornais)

segunda-feira, 2 de maio de 2016






A DÍVIDA BRASILEIRA É INSUSTENTÁVEL

Os governos petistas saem de cena deixando uma herança maldita que acompanhará o povo brasileiro por alguns anos à frente, e poderá lhe exigir sacrifícios para se safar desse legado.
O economista Cláudio Addilson Gonçalez, presidente da MCM Consultores, publica no jornal O Estado de S. Paulo de hoje (2 de maio de 2016) um artigo em que deixa claro que, “mantida a trajetória atual, mesmo descontando os efeitos cíclicos da recessão sobre o déficit público, a dívida governamental brasileira é insustentável”.
O economista define antes o que seja uma dívida sustentável: “a dívida é sustentável se o governo for capaz, ao longo do tempo, de arrecadar o suficiente não somente para pagar seus gastos correntes, mas também para honrar seus compromissos acrescidos dos devidos juros”.
E adiciona que “o rombo atual, ou seja, a diferença entre o déficit que vem sendo realizado pelo governo e o superávit necessário para estabilizar a dinâmica da dívida, é algo entre R$ 180 bilhões e R$ 300 bilhões por ano, ou seja, 3% a 5% do PIB.
A larga faixa para essa estimativa se justifica pelo fato de ela depender de muitas variáveis, difíceis de prever. Pior, esse buraco cresce anualmente cerca de 0,4% do PIB, em razão da evolução das chamadas despesas obrigatórias”.

ONDE ESTÁ O CERNE
O cerne do desequilíbrio fiscal está nas chamadas transferências, principalmente benefícios previdenciários, subsídios e subvenções e programas sociais.
Resolvemos resumir as variáveis nas quais ele baseia seu diagnóstico, nos gráficos a seguir:



(Claudio Adilson Gonçalez, ECONOMISTA, DIRETOR-PRESIDENTE DA MCM CONSULTORES, FOI CONSULTOR DO BANCO MUNDIAL, SUBSECRETÁRIO DO TESOURO NACIONAL E CHEFE DA ASSESSORIA ECONÔMICA DO MINISTÉRIO DA FAZENDA)